Comandante da Força Aeroespacial do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, Amir Ali Hajizadeh salientou que os EUA são parcialmente responsáveis pelo trágico incidente, sendo que Washington agravou as tensões com Teerã antes do desastre aéreo.
O voo PS752, que saiu de Teerã com destino a Kiev, foi abatido e caiu nas proximidades do Aeroporto Internacional Imã Khomeini pouco após a decolagem, matando 176 pessoas
Autoridades iranianas admitiram neste
sábado, 11, que uma unidade de defesa do país abateu de forma não intencional
o Avião de passageiros ucraniano que caiu perto de Teerã no
início desta semana, matando 176 pessoas.
Segundo militares iranianos, a defesa
antiaérea atacou por engano do Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines
durante um momento de alerta máximo, logo após o ataque de mísseis iranianos a alvos americanos no Iraque,
na última quarta-feira.
O sistema de
defesa antiaérea do Exército iraniano tomou a aeronave de passageiros ucraniana
por um míssil de cruzeiro, informou o comandante da Força Aeroespacial do Corpo
de Guardiões da Revolução Islâmica, Amir Ali Hajizadeh, em pronunciamento na TV
estatal
Ele acrescentou que o operador do sistema de defesa
antiaérea tinha a linha de comunicação interrompida, não conseguindo entrar em
contato para tomada de decisão. Segundo ele, o operador tinha 10 segundos para
decidir, abater o alvo ou não, e ele "fez a escolha errada".
Hajizadeh afirmou que o
Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) assume toda a responsabilidade
pelo incidente aéreo e está pronto para enfrentar qualquer tipo de decisão tomada pelas autoridades iranianas.
Com essas declarações o comandante da
força militar iraniana carimba o status de estado terrorista, além de entregar
a ideia da incapacidade militar à comunidade internacional que se volta contra
o Irã, uma vez que abater um avião de passageiros assassinando dezenas de civis é
algo impensável, sobretudo considerando que a maioria era de nacionalidade iraniana.
Hajizadeh ainda salientou também que
os EUA são parcialmente responsáveis pelo trágico incidente, sendo que Washington agravou as
tensões com Teerã antes do desastre aéreo.
Responsabilizar os EUA pela falha da
ação militar é tão irresponsável quanto o fato de tê-la cometida, o que leva a
crer que a força militar iraniana vai continuar atirando à esmo em qualquer que
seja o alvo? O Irã assumiu a responsabilidade, mas tenta transferir parte dela.
O incidente aumentou a
pressão internacional sobre o Irã, após meses de tensões com os Estados Unidos e ataques retaliatórios de
ambos os lados, culminando no assassinato do general iraniano Qassim Solemani, no dia 3 de janeiro. A morte do líder
militar em um ataque americano de drones acirrou as tensões na região e
gerou grande comoção no país, que respondeu com ataques a bases
americanas no território iraquiano na última quarta-feira, mas sem nenhum
êxito, foi o que chamamos de “ataques para iraniano ver”, não houve feridos e
antes dos ataques o governo iraquiano foi avisado pelos próprios iranianos.
O presidente da Ucrânia,
Volodimir Zelenski, que nos últimos dias disse não ter descartado a hipótese de
o avião ter sido abatido por um míssil, exigiu um pedido oficial de desculpas e
a total cooperação por parte de Teerã, e que os responsáveis sejam punidos. Ele
disse que conversará por telefone com Rohani ainda neste sábado.
O primeiro-ministro do
Canadá, país de 57 das vítimas, afirmou neste sábado que espera "total
cooperação das autoridades iranianas". Justin Trudeau disse que seu país
continuará a trabalhar com parceiros internacionais para "assegurar uma
investigação minuciosa e completa" sobre o incidente.
Especialistas avaliam que a
pressão internacional após o incidente tornaria impossível ocultar os sinais de
um ataque de míssil e que a mudança de postura de Teerã, ao admitir o abate não
intencional, evita questionamentos críticos ao país no exterior e aplaca o
descontentamento de sua própria população sobre o caso.
Comentários
Postar um comentário