#OcupeoCocó APOIA #OcupeEstelita - Nós Somos a Cidade Que Queremos!


Foto: Julia Duarte

Com a eclosão das manifestações de 2013 que chegou a levar 3 milhões de pessoas as ruas em um só dia contra os altos gastos da copa do mundo e outros fatores preponderantes, desencadeou-se também um novo contexto de Ocupações populares, consequência da falta de dialogo político, visando ampliar os debates e a participação do povo no desgoverno brasileiro.
Movimentos sociais, ambientais, políticos partidários e apartidários, anarquistas e vários outros grupos e ong's estão presentes nesses blocos que carregam pautas de interesse popular.

Foto: Rondinelly Mota

Em Fortaleza o Movimento #OcupeoCocó ampliou as discursões acerca do maior parque de proteção ambiental da América do Sul em área urbana, o parque do cocó que sofre constantes atentados de desmatamento, crimes contra o ecossistema de mangue, dunas, rio e floresta. Empresários do capital imobiliário vem a anos tendo apoio da prefeitura e do desgoverno do estado, bem como órgãos de fiscalização ambiental que emitem pareceres favoráveis ao 'assassinato' do parque, mas em junho de 2013 ocupamos uma área de 2 mil metros quadrados em defesa de 134 árvores que seriam derrubadas para construção de um viaduto, pois se não bastasse a atrocidade ambiental, o desrespeito aos usuários do transporte coletivo ficava as claras, já que não existe investimentos de mobilidade social e sustentável, apenas planos de subterfúgio a mobilidade urbana com a construção de monstrengos para passagens de carros, beneficiando apenas 25% da população que detém de um melhor poder aquisitivo.



Essas discussões foram ampliadas, outras reivindicações acrescidas a pauta, o que gerou um desespero do desgoverno que no 30º dia usou o braço armado para remover o acampamento, na surdina, às 4:00 da madrugada, sem mandato, totalmente ilegal, mas resistimos, resistimos 15 horas nas ruas e a noite retomamos o acampamento que resistiu por mais 54 dias até ser brutalmente atacado pela polícia com todo aparato e violentamente acabou com a ocupação mais horizontal e homogenia que Fortaleza já viu, um marco.

Durante esse tempo também surgiram outras ocupações, no Rio de Janeiro a ocupação em frente a casa do prefeito Eduardo Paes foi atacada, mas ressurgiu no #OcupaCâmara, na Cinelândia resistiu bravamente por quase três meses as violentas investidas do estado fascista;
O Movimento #OcupaCâmarajn em Juazeiro do Norte/Ce que surgiu também após comprovações de desvios de verba na cidade, levou pautas importantes e resistiu por semanas;
Ocupações em São Paulo, Porto Alegre e várias outras de cunho estudantil e movimentos como MST, MSTS também contribuem para ampliar as discussões e a participação popular.

Foto: Movimento #OcupeEstelita
 
Há exatos 45 dias o Movimento #OcupeEstelita constrói em Recife um importante espaço de debates e participação popular, a cidade vem dividindo opiniões. De um lado os interesses do capital imobiliário e do outro movimentos sociais e ambientais, o povo.
No entanto a Mobilização vem sendo feita a três anos e culminou na constituição da Ocupação dia 21 de maio desde ano.

O Cais José Estelita construído ainda no século XIX fica localizado na Ilha de Antônio Vaz, onde também está uma das mais antigas ferrovias do país, a segunda a ser inaugurada em 1858, banhada pela bacia do Rio Pina, importante área hídrica e histórica.

Recife conhecida mundialmente pela valorização da cultura popular e histórica, está sendo ferida pelos interesses capitalistas que em colapso a anos vem avançando sobre os recursos naturais e especialmente em Recife, sobrepondo-se à preservação da história desse lugar, pois prefeitura e empreiteiras preveem a demolição dos antigos galpões, que poderiam simplesmente serem restaurados, transformados em área de incentivo a cultura, arte, preservação do meio ambiente, história e convivência coletiva ou outras propostas que surgem.
O movimento #OcupeEstelita que vem sofrendo basicamente com os mesmos problemas que o Movimento #OcupeoCocó passou, já sentiu na pele a violência do braço armado do estado, pois passaram por uma desocupação, regida pelo desgoverno municipal que visivelmente quer a todo custo devolver favores, dividas de campanha e a exemplo de Fortaleza, por coincidência a mesma construtora que sempre vence as licitações de obras superfaturadas, diga-se de passagem faz parte desse consórcio imobiliário, a Queiroz Galvão, 4ª colocada no ranking das que mais injetaram dinheiro em campanhas políticas no país, nas ultimas eleições.
Além dela fazem parte
Ara Empreendimentos, GL Empreendimentos e Moura Dubeux Engenharia.

Há um comparativo bastante pertinente entre as ocupações ocorridas e atual em Recife é que em todas elas o desgoverno seja municipal, estadual e/ou federal se recusam a dialogar, restrigem as decisões sobre intervenções urbanas a apenas uma minoria burguesa, excluindo o povo, impossibilitando a ampliação de qualquer discussão em área que 'eles' considerem legal, quando na realidade todos os movimentos de mobilização popular social, cultural e ambietal são sobretudo legítimos e imprescidiveis para a construção de um novo modelo de vida.
O Movimento #OcupeoCocó que dentro da sua legitimidade, ainda luta arduamente pelo parque e pelos interesses coletivos, entende que a participação popular além de indispensavel e importante é também um direito constitucional. O apoio ao Movimento Pernambucano #OcupeEstelita existe e iremos nos aproximar ainda mais, pois nenhuma força deve ser capaz de parar a engrenagem que movimenta a mobilização popular.
Apoiamos a construção dessa cidade para o povo, compactuamos com a preservação ambiental, cultural e histórica.
Força aos Companheiros do maior espaço democratico legitimo e historico que Recife está presenciando, valorizem essa horizontalidade, aprendam e ensinem, provem que o poder do povo unido pelo bem coletivo pode e deve subverter os interesses pessoais, políticos e capitalistas.
#OcupeoCocó APOIA #OcupeEstelita

Comentários