Bolsonaro incita milícia virtual para atacar a jornalista Patrícia Campos Mello, outra vez

Patrícia é autora das reportagens sobre fake news comandada pelo clã Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Jornalista Patrícia Campos Mello, Folha de São Paulo/Foto:Reproduçã

Jair Bolsonaro usou sua conta no twitter para, mais uma vez, atacar a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira (06). Intencionalmente o ocupante do palácio do planalto faz isso para incitar sua milícia virtual contra a jornalista.

Responsável pelas reportagens sobre fake news comandada pelo clã Bolsonaro durante a campanha eleitoral, Patrícia vem sofrendo constantes investidas do presidente. Desta vez divulgando um texto da repórter, publicado em 2014, quando ela diz que o “Brasil marcou um golaço ao financiar eMariel”, em referência à construção do porto em Cuba.

“Você sabe quem é essa jornalista, tão defendida por seus pares?”, questiona Bolsonaro na publicação. “A jornalista mais mentirosa desse país. Bilhões do pagador de imposto pra esse porto. Triplex é nada perto desse crime!”, complementou.

A jornalista comentou o tuíte de Bolsonaro dizendo: "Mantenho a opinião de que em 2014, qdo Obama anunciou reaproximação com Cuba, era interessante o Brasil investir no país, pq estaria bem posicionado qdo caísse o embargo e ajudaria a acelerar a abertura politica. Óbvio que isso não endossa o calote ou possíveis irregularidades."



Esta não é a primeira vez que a jornalista é atacada por Bolsonaro por causa de matérias sobre fake news. Em fevereiro, ele insultou a repórter com insinuação sexual, ao falar em "furo" - no jargão jornalístico também quer dizer informação em primeira mão.

"Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais]", acrescentou.

A jornalista é a mesma autora de uma reportagem, publicada na campanha de 2018, denunciando uma campanha ilegal contra o então presidenciável Fernando Haddad (PT) financiada por empresas e que teve como base a divulgação de fake-news (notícias falsas) no WhatsApp para favorecer Bolsonaro. A matéria apontou, ainda, que cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan.


Com informações do Brasil 247

Comentários