Porque a lista de procurados divulgada por Sergio Moro escondeu Adriano?

A Polícia caçou e matou o miliciano que supostamente Moro não queria procurar.
Imagem supostamente de onde Adriano da Nóbrega caiu baleado, dentro da casa, no sítio em Explanada, na Bahia.

O ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do Rio de Janeiro, o miliciano homenageado por Flávio Bolsonaro, Adriano da Nóbrega, usou um sítio a 8 km de Salvador para se abrigar e tentar escapar da ação conjunta das policias da Bahia e RJ que o caçavam.

Apesar de ter ficado fora da lista de procurados emitida pelo ministério gerido por Sergio Moro, Adriano estava sendo bem procurado. O ministro apresentou uma desculpa qualquer quando questionado porque o miliciano não estava na lista, Moro disse apenas que por critério de atuação geográfica, ele ficou de fora, pois supostamente, Nóbrega atuava somente no estado do Rio de Janeiro, porém na mesma lista, dois dos procurados também atuavam restritivamente no mesmo estado.

As informações sobre a morte do miliciano seguem o protocolo, segundo os policiais ao chegarem no sítio do vereador do PSL Gilsinho da "dedé" que nega envolvimento no caso, Adriano não respondeu ao ser informado que estava cercado, então os policiais protegidos por escudos balísticos e armados de fuzis, invadiram a casa quando, segundo a PM, Adriano efetuou disparos e foi atingido por dois tiros, sendo socorrido ainda com vida, mas não resistiu. A versão oficial aponta que Nóbrega estava armado com uma pistola de fabricação austríaca 9mm.

Segundo reportagem do Folha de São Paulo, o local não está resguardado, o que compromete a cena que ainda passará por investigações. Na matéria publicada nesta terça, pelo jornalista João Pedro Pitombo, ele relata que, apesar do portão se encontrar trancado com correntes, na cerca há vários espaços abertos.

A polícia da Bahia comemorou a ação ao mesmo tempo em que o governador Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, porém o secretário de Segurança Pública Baiano afirmou que não se trata de 'queima de arquivo e que concluirá em até 15 dias o inquérito da corregedoria da PM/BA sobre a operação.

A corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro vai investigar se ele foi executado ou se houve realmente uma troca de tiros entre ele e os policiais militares, conforme a versão divulgada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

Indícios de que existem versões contraditórias entre o que policiais da operação relataram e a cena onde tudo ocorreu. A jornalista Jornalista há quatro décadas, passou pelos principais veículos, Denise Assis escreveu para o site 'Jornalistas Pela Democracia', questionou:

"Ou o vídeo que circula na Internet não é o oficial, ou o depoimento do PM não é correto. Na cena exposta para quem quiser observar, vemos uma poça de sangue perto da porta de entrada, na sala de visitas. Não há dúvidas sobre o ambiente. Não é, definitivamente uma cozinha, conforme descreve o policial", escreve a jornalista sobre as circunstâncias da morte do ex-PM Adriano Nóbrega.

Comentários