Padrinhos da milícia no RJ, irmãos Bolsonaro saem em defesa do Motim, após Cid ser baleado

É notório que Ciro Gomes tem razão quando aponta que a família Bolsonaro apoia grupos milicianos que controlam regiões do Rio de Janeiro
Ciro Gomes (PDT) reage as declarações dos padrinhos da milícia do Rio de Janeiro, Carlos e Eduardo Bolsonaro, sobre o atentado contra o Senador Cid Ferreira Gomes (PDT)

Os irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro saíram em defesa dos homens encapuzados amotinados em um quartel de Sobral, no Ceará, local em que o Senador Cid Ferreira Gomes foi baleado durante tentativa de furar o bloqueio dos aquartelados usando uma retro escavadeira, após a negociação não surtir efeito.

O Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL), afirmou que Cid teve uma atitude insensata: "[Ele] tenta invadir o batalhão com uma retroescavadeira e é alvejado com um projétil de borracha. É inacreditável que um Senador da República lance mão de uma atitude insensata como essa, expondo militares e familiares a um risco desnecessário em um momento já delicado."
Em seguida, o Ciro Ferreira Gomes (PDT), irmão de Cid, reagiu ao comentário de Eduardo enfatizando que no Ceará, diferente do Rio de Janeiro, o estado não será controlado por milícias: "Deputado #eduardoBolsonaro, será  necessário que nos matem mesmo antes de permitirmos que milícias controlem o Estado do Ceará como os canalhas de sua família fizeram com o Rio de Janeiro."

O "Zero Três" - com é classificado pelo pai, Jair Bolsonaro - aumentou seu patrimônio significativamente no período de quatro anos, incrivelmente após ser eleito pela primeira vez em 2014. Eduardo Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral, naquele ano, patrimônio de R$ 205 mil, mas quatro anos depois, o então candidato declarou possuir bens que totalizam R$ 1,395 milhão, expansão de 432% no período.

É notório que Ciro Gomes tem razão quando aponta que a família Bolsonaro apoia grupos milicianos que controlam regiões do Rio de Janeiro. O irmão de Eduardo, Flavio Bolsonaro é investigado no esquema de rachadinha da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), quando ainda era deputado estadual.

As investigações do Ministério Público do RJ, apontam Flávio como chefe do esquema em que funcionários contratados por seu gabinete devolvem até 90% do salário ao deputado. O Esquema era operado pelo assessor Fabrício Queiroz, Ex-policial militar e ex-assessor de Flavio Bolsonaro.

O envolvimento com milicianos é uma realidade que preocupa inclusive, o presidente Jair Bolsonaro. Um dos principais amigos da família, homenageado na ALERJ pelo deputado Flávio Bolsonaro, à pedido de seu pai Jair, o ex-capitão do BOPE, miliciano Adriano da Nóbrega morto no ultimo dia 9 de fevereiro, também teve mãe e esposa contratadas pelo gabinete do crime. As duas também são investigadas pelo MP-RJ.

Outro que se posicionou usando as redes sociais foi o vereador do Rio de janeiro, Carlos Bolsonaro (Sem partido), também conhecido por "Carluxo": "Democraticamente estou desarmado, mas vou passar com um trator em cima de você. Aceite, ou senão é ditadura! O que mata não são armas de fogo legais, mas a pessoa que está disposta a cometer o crime, seja com que ferramenta for."

O esquema de rachadinha que entrelaça a família Bolsonaro à milícias do Rio de Janeiro, também chegou no "zero dois", Carlos Bolsonaro é investigado não apenas no esquema do irmão, mas também por contratação de funcionários fantasmas no seu próprio gabinete. Imagens e documentos da Câmara Municipal do Rio revelam que quatro ex-assessores do vereador, investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro estiveram no gabinete dele em 30 de outubro do ano passado, mesmo período em que prestaram depoimento.

A família Bolsonaro, como afirmou Ciro Gomes, possui uma estreita relação com milícias do Rio de janeiro, inclusive já chegaram a defender a regulamentação desses grupos do estado do RJ.

A família apresenta um enriquecimento atípico, incompatível com os vencimentos dos parlamentares, como já foi citado, Eduardo Bolsonaro foi o que mais elevou seus bens, no entanto o MP-RJ aponta que a compra e venda de imóveis pelos membros da família são indícios fortíssimos de lavagem de dinheiro oriundo do esquema de rachadinha, ou seja, ao final das investigações é possível que todos sejam indiciados.

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