Bolsonaro prestigiará evento da igreja de RR Soares que deve 144 milhões a União

Os evangélicos poderão contribuir novamente com o impulsionamento da campanha de Bolsonaro, e, em troca a procrastinação do pagamento das dívidas ou até mesmo o perdão.
Jair Bolsonaro e RR Soares/Foto:Reprodução

Mostrando interesse em fortalecer com a base evangélica, o presidente Jair Bolsonaro participará neste sábado, 15, de um megaevento realizado pela Igreja Internacional da Graça de Deus, na Enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro.

A igreja neopentecostal que tem como principal gestor, fundador e líder, o pastor RR Soares, é também a terceira organização religiosa com maior dívida ativa junto à União. Sozinha, a organização acumula dívida de R$ 144,3 milhões aos cofres públicos, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. A informação é do jornal O Globo.

O valor corresponde a 9% dos R$ 1,6 bilhão devidos por organizações religiosas do país e só fica atrás das dívidas da entidade filantrópica Instituto Geral Evangélico (R$ 521 milhões), que não existe mais, e da Ação Distribuição (R$ 381 milhões), igreja de fachada e braço de uma organização criminosa que fraudou os cofres da Secretaria de Fazenda de São Paulo, investigado pela Polícia Federal em 2012. O valor inclui débitos tributários, previdenciários e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Bolsonaro se embrenha nessa caminhada pelo estreitamento das relações com a base evangélica, pois sabe da importância de tê-los ao seu lado, uma vez que os líderes dessas organizações possuem um poder de manipulação extraordinário e com isso, assim como foi em 2018, os evangélicos poderão contribuir novamente com o impulsionamento da campanha de Bolsonaro, e, em troca a procrastinação do pagamento das dívidas ou até mesmo o perdão.

Em junho, o Ministério das Relações Exteriores concedeu passaporte diplomático a dois membros da Igreja Internacional da Graça de Deus: R. R. Soares, e sua esposa, Maria Magdalena Bezerra Ribeiro Soares, mas logo em seguida, a Justiça Federal em São Paulo determinou a suspensão dos passaportes.

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