QUARTETO NAZISTA É PRESO PLANEJANDO ATAQUES A TEMPLOS JUDAICOS EM FORTALEZA

No Facebook, um dos acusados afirmava que era preciso “fazer uma limpeza” e convidava outras pessoas para participarem de um suposto ataque a templo judeu.
Sinagoga do Ceará. Foto: Reprodução

Após incitarem nas redes sociais um ataque a um templo judaico, quatro jovens foram indiciados por racismo e ameaça em Fortaleza. Assustados, membros de uma comunidade judaica registraram boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, que começou a investigar o caso. Os acusados foram identificados e intimados a depor no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O quarteto responderá em liberdade.

Na postagem do Facebook, um dos acusados afirmava que era preciso “fazer uma limpeza” e convidava outras pessoas para participarem de um atentado a uma sinagoga. Além de reforçar comentários preconceituosos, os demais indiciados afirmaram seu interesse em participar da ação. Em depoimento, os jovens afirmaram que a publicação era “uma brincadeira” e que não tinham planos de ataque às sinagogas.

Os acusados têm de 20 a 23 anos e, de acordo com a Polícia Civil, são universitários ou trabalhadores, sem antecedentes criminais. “São pessoas esclarecidas. Não tem justificativa para esse tipo de atitude”, avalia a delegada Patrícia Sena. Segundo ela, o autor da postagem costuma fazer publicações deste tipo e já teve suas contas desativadas diversas vezes pelo Facebook.

Para a delegada, os quatro não oferecem risco à sociedade. “Irão responder em liberdade, porque não causam nenhum risco à sociedade. Eles não têm antecedentes, são estudantes, trabalhadores e cometeram esse tipo de atitude preconceituosa”, justifica Patrícia. Caso sejam condenados, os jovens poderão pegar de 2 a 5 anos de prisão pelo crime de racismo, somados aos 6 meses de detenção pelas ameaças.

A delegada acredita que o quarteto está recebendo “uma lição”. “Chegaram aqui arrependidos. Não sabiam que ia dar nisso tudo, mas agora vão aprender. Que sirva de lição para todos que acham que redes sociais são portais onde se pode proferir qualquer tipo de ofensa e ficar impune. Não podem”, alerta Patrícia.

Do Tribunal do Ceará

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