ENVOLVIMENTO DE BOLSONARO NA MORTE DE MARIELLE FRANCO É PRINCIPAL LINHA DE INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA DO RJ

"Nas investigações sobre a morte de Marielle, a Polícia Civil do Rio de Janeiro firmou convicção sobre o profundo envolvimento de Jair Bolsonaro no episódio"
Marielle Franco, assassinada em março de 2018.

O assassinato de Marielle Franco pode está próximo de ser elucidado, segundo o editorial da Folha de S. Paulo, há ligações entre o gabinete de Flávio Bolsonaro e o miliciano suspeito de comandar o assassinato da Vereadora Marielle e o motorista Anderson Gomes, mortos em março de 2018.

O jornal acompanha de perto as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, no caso Fabrício Queiroz também tratou de possíveis vínculos do presidente Jair Bolsonaro e a "rachadinha" do gabinete do filho Flávio, o jornal escreveu:
“Até aqui, Queiroz era o alvo principal das investigações. A operação deflagrada a quanta-feira (18) moveu o foco sobre Flávio Bolsonaro, que poderia ter lavado com sua mulher R$ 638,4 mil do esquema por meio de imóveis"

Nesta quarta-feira, a polícia realizou operação nos endereços de Flávio Bolsonaro, o ex-assessor Fabrício Queiroz e da ex-esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle.

As ligações entre milicianos e a família Bolsonaro são partes indissociáveis das investigações, uma vez que no gabinete do então deputado estadual, hoje senador Flávio Bolsonaro, familiares de criminosos ocuparam cargos, como a mãe e a esposa do ex-policial capitão Adriano da Nóbrega, apontado como chefe do escritório do crime, núcleo da milicia que comercializa mortes. Adriano teve prisão decretada no início do ano e está foragido.

Segundo aponta o MPRJ, Danielle Mendonça da Nóbrega, esposa de Adriano, repassou um volume que totaliza R$ 150 mil reais, esse dinheiro é oriundo do salário de servidora do gabinete de Flávio Bolsonaro e foi repassado através de contas diretamente ligadas ao marido ex-policial e Queiroz repassava ao deputado. O MPRJ investiga se o esquema também servia para sustentar as milícias.

Na mesma semana em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou o arquivamento de duas notícias-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por obstrução de justiça nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, o MPRJ deflaga investigações que, na esteira dos desdobramentos, está o presidente da república.

Testemunhas dizem que era comum que Jair Bolsonaro, na época deputado federal, despachasse na ALERJ, no gabinete do filho Fálvio, às sextas-feira, quando retornava de Brasília. Muito se sabe que o local era a extensão do mandato federal de Bolsonaro.

Pai e filho declaravam abertamente apoio as práticas milicianas e chegaram a homenagear Adriano da Nóbrega, além do ex-major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, preso desde janeiro deste ano. Flávio, inclusive chegou a cogitar que iria defender a regularização da práticas milicianas e em 2007 votou contra a CPI das milícias.

“As classes mais altas pagam segurança particular, e o pobre, como faz para ter segurança? O Estado não tem capacidade para estar nas quase mil favelas do Rio. Dizem que as milícias cobram tarifas, mas eu conheço comunidades em que os trabalhadores fazem questão de pagar R$ 15 para não ter traficantes”, afirmou.

O jornalista Luís Nassif chegou a afirmar em sua coluna Recado do Nassif, no Site GGN, que a Polícia Civil Já firmou convicção sobre o “profundo” envolvimento” de Jair Bolsonaro com o assassinato de Marielle Franco.

“Nas investigações sobre a morte de Marielle, a Polícia Civil do Rio de Janeiro firmou convicção sobre o profundo envolvimento de Jair Bolsonaro no episódio”,escreveu.

As investigações estão caminhando, o MPRJ analisando indícios, obtendo provas, porém a força política da família Bolsonaro, provavelmente já esteja atuando na articulação de uma contra investida, enquanto o presidente da república diz "não tenho nada a ver com isso" com ar de desconfiança.

O trabalho do Ministério Público do Rio de Janeiro poderá elucidar diversos crimes e na esteira dessas investigações o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, vamos acompanhar para ver até que ponto os órgãos de investigação terão liberdade para trabalhar.

Com informações do Folha de S. Paulo, DCM e GGN

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