WHATSAPP CONFIRMA CAMPANHA ILEGAL NAS ELEIÇÕES DE 2018 NO BRASIL

Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens

GERENTE DO WHATSAPP admitiu pela primeira vez que a plataforma foi utilizada para o envio maciço e ilegal de mensagens durante as eleições 2018. O que refere-se a fraude por contratações ilegais.
Segundo a Folha de S.Paulo, Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, falou sobre o tema em uma palestra no Festival Gabo, que acontece em medelim, na Colômbia. 
Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas, afirmou.
Vemos esses grupos como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e normalmente divulgam conteúdo mais polêmico e problemático, disse Supple.Nossa visão é: não entre nesses grupos grandes, com gente que você não conhece: saia desses grupos e os denuncie.”
Ainda durante a palestra, o executivo afirmou que o aplicativo foi "criado para abrigar conversas orgânicas, entre famílias e amigos", e que desencoraja o uso do sistema como listas de transmissão.Ainda assim, Supple reconhece a influência do aplicativo no processo eleitoral de 2018.
Sempre soubemos que a eleição brasileira seria um desafio. Era uma eleição muito polarizada e as condições eram ideais para a disseminação de desinformação, disse.
O gerente também alerta que no Brasil, os usuários do App não verificam a veracidade dos conteúdos, tendo o WhatsApp como fonte primária. No Brasil, muita gente usa o WhatsApp como fonte primária de informação e não tem meios para verificar a veracidade do conteúdo", Confirmando o que já havia sido conhecido pela Organização dos Estados Americanos (OEA), as eleições de 2018, no Brasil, foi a primeira no planeta a sofrer interferência direta no resultado final, através do uso indevido de disparos de conteúdo em massa.
O espanhol Luis Novoa, dono da Enviawhatsapps, já havia confirmado, em julho deste ano, que empresários brasileiros contrataram sua agência para efetuar disparos de mensagens em massa durante a campanha de 2018, em favor do candidato Jair Bolsonaro (PSL), eleito presidente.

Segundo Novoa, ele descobriu o uso político quando linhas telefônicas utilizadas por sua empresa, foram cortadas pelo aplicativo de mensagens.

O uso de softwares de disparo em massa é vetado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fins eleitorais. Além disso, é também proibido que empresas façam campanhas eleitorais, porém a estratégia foi utilizada por diversos grupos e empresas que financiaram e contrataram agências para distribuição de conteúdo político.

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