GUAIDÓ VAI A COLÔMBIA PARA REUNIÃO COM SECRETÁRIO DE ESTADO DOS EUA

O opositor venezuelano Juan Guaidó voltou a desafiar a proibição de deixar o país e viajou para a Colômbia, onde se reunirá com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo - informou um deputado neste domingo (19).
Juan Guaidó, autoproclamado presidente da venezuela, deverá tomar nota das orientações americanas.

Reconhecido como presidente encarregado por cerca de 50 países, Guaidó confirmou hoje sua chegada à Colômbia. Além de Pompeo, ele também se reunirá, esta tarde, com o presidente anfitrião, Iván Duque. Junto com Washington, este último lidera a pressão internacional contra Maduro.

"Já na #Colômbia", tuitou Guaidó, agradecendo a Duque por seu "apoio à luta".

"Geraremos as condições que nos levarão à Liberdade", afirmou Guaidó, antecipando uma volta à Venezuela "cheia de boas notícias".

Pelo Twitter, Duque informou que terá um "encontro de trabalho" com o opositor venezuelano e anunciou que participarão, na segunda-feira, da Cúpula Hemisférica de Luta contra o Terrorismo.

Ele se encontrará com Pompeo em Bogotá, onde o secretário de Estado dos EUA inicia, nesta segunda-feira, uma viagem pela América Latina e pelo Caribe, confirmou à AFP o congressista Stalin González.

"É o líder eleito da Venezuela, tenho pressa de me reunir com ele", confirmou o chefe da diplomacia americana aos jornalistas que o acompanham no avião que faz o trajeto entre Berlim, onde Pompeo participou de uma conferência internacional sobre a Líbia, e Bogotá.

"Nossa missão na Venezuela não mudou. Estamos convencidos de que os venezuelanos merecem um 2020 melhor do que o que viveram em 2019. Maduro tem sido destrutivo. Milhões de pessoas tiveram que deixar o país para ir ao país aonde estou viajando, a Colômbia", afirmou Pompeo.

"Nossa missão é chegar a eleições livres e justas para que os venezuelanos possam ter votações presidenciais representativas e que a economia venezuelana possa se recompor", acrescentou.

Pompeo antecipou que aproveitará a viagem para agradecer ao presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, pela "constante condenação (...) aos abusos de Maduro" e por acolher quem foge do "regime" de Daniel Ortega na Nicarágua, a quem considera outros dos integrantes da "troica da tirania", ao lado de Venezuela e Cuba.

- "Solução para a crise" -

Stalin González não disse quando, nem por qual meio Guaidó viajou. Sobre ele pesa uma proibição de saída do país, em meio a uma série de investigações penais e administrativas por parte das autoridades venezuelanas.

De acordo com a imprensa venezuelana, o presidente do Parlamento cruzou clandestinamente a fronteira com a Colômbia. Ela permanece fechada desde 2015.

Pompeo antecipou que aproveitará a viagem pelo Caribe para agradecer ao presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, pela "constante condenação aos abusos de Maduro" e por acolher quem foge do "regime" de Daniel Ortega, na Nicarágua.

Guaidó já havia desafiado a proibição de saída do país em fevereiro de 2019, após sua fracassada tentativa de fazer doações dos Estados Unidos ingressarem na Venezuela.

Nessa oportunidade, o opositor visitou vários países da região e retornou, procedente da Colômbia, pelo aeroporto de Maiquetía.

Era grande a expectativa sobre sua possível detenção. Segundo o governo Maduro, Guaidó desembarcou com a ajuda de paramilitares e de narcotraficantes colombianos, o que ele nega.

Sua viagem coincide com um novo pico da maior crise política e socioeconômica da Venezuela. De acordo com a ONU, a situação atual já levou à saída de 4,5 milhões de pessoas do país. Esse fluxo migratório se dirigiu, em especial, para Colômbia, Equador e Peru.

Maduro se propõe a realizar eleições parlamentares este ano, com o objetivo de recuperar o controle da Assembleia. Este é o único poder nas mãos da oposição, mas Guaidó já antecipou que não vai se prestar a participar de uma farsa.

O opositor exige a realização de eleições presidenciais, pois considera que a reeleição de Maduro em 2018 foi "fraudulenta", e para tanto reivindica a renovação do Tribunal Supremo de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral.

AFP

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